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O Onçafari foi criado há 12 anos para preservar o meio ambiente, de modo geral, mas especificamente para garantir a sobrevivência de duas espécies ameaçadas de extinção: a onça, pintada e parda, e o lobo-guará. A prática do ecoturismo sustentável é uma das estratégias.

Porém como diz seu fundador, Mario Haberfeld, para seu grupo de biólogos, veterinários e guias pensar em reintroduzir esses animais na natureza, manter estável sua população, é preciso que seus habitats naturais sigam existindo e continuem sadios.

E se há um profissional cuja atividade tem grande relevância na conservação da natureza é o educador ambiental, notadamente em um país como o Brasil, onde parte importante das lideranças do agronegócio e da exploração mineral, por exemplo, não se sensibiliza, ao menos como deveria, com a questão ecológica.

 

Você sabia que 15 de outubro é o Dia do Professor e Dia do Educador Ambiental?

Esse é o motivo de disponibilizarmos essa mensagem, a importância de investir na educação, fazer desse poderoso instrumento uma fonte criadora de crianças e adultos conscientes da necessidade de lutar pela manutenção da vida nos seis ainda ricos biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Pampa.

 

Grandes projetos

Nem todos sabem: uma das frentes de atuação do Onçafari é exatamente a de educação. O responsável principal é o biólogo Pedro Reali. “É por meio da educação que a gente vai gerar um encantamento, um vínculo, para as pessoas entenderem que dependemos da natureza”, afirma.

Mais: “A educação é muitíssimo importante para a gente atingir o grande objetivo do Onçafari que é buscar um futuro melhor, de coexistência entre os seres humanos e a vida selvagem, um futuro em que possamos vislumbrar cada vez mais as onças livres por aí, que tenha cada vez mais florestas para esses animais todos poderem viver a vida que têm direito e que nós e as futuras gerações tenhamos uma vida melhor”.

Só o recrudescimento da legislação ambiental e maior controle do seu cumprimento não parecem suficientes para conter a destruição do meio ambiente experimentada não apenas no Brasil, mas em várias regiões do planeta.

É preciso educar, conscientizar a população do que significa uma espécie correr risco de extinção, o que temos a ver com isso, mostrar que somos parte da natureza, cuidar para que a onça fique bem e nós também. Todas as espécies são interligadas”, diz Reali.

 

Educação 360 graus

O Onçafari atua nessa frente de educação de várias formas. Por exemplo, ao promover palestras sobre conservação ambiental a crianças e adultos das comunidades onde tem base estruturada de estudos e trabalhos: Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia.

As palestras são ministradas também em escolas, de todos os níveis, do ensino básico ao universitário, bem como em empresas interessadas em tornar sua atividade mais sustentável e mesmo em feiras e eventos.

Não é tudo: o ecoturismo representa uma grande atividade educativa. “A gente está na sala de aula mais incrível que existe, a natureza, criando relações entre as pessoas que vêm aqui com o que elas estão vendo, para que saiam transformadas, emocionadas, tocadas e passem a fazer parte da mudança”, afirma Reali.

Outras formas de praticar a educação ambiental do Onçafari são a geração de conteúdo para as suas mídias sociais e a produção de filmes e documentários sobre suas muitas atividades de conservação.

A bióloga-chefe do Onçafari, Lilian Rampim, bastante ativa nas palestras, explica: “O legal é que conseguimos levar a educação ambiental a pessoas de todas as idades, todos os setores, todas as classes sociais”.

Rampim desenvolve seu trabalho no Onçafari desde a sua origem, há mais de uma década: “Atuamos para as pessoas entenderem quais são os seus papéis no planeta, seus deveres, obrigações. Se bem utilizada, a educação prova ser possível tratar melhor o meio ambiente em que vivemos e, essencialmente, como isso repercute na melhora da qualidade de vida de todos”.

Lição eterna

O responsável pela área de educação do Onçafari acrescenta: “É a educação que nos permite conscientizar as pessoas de que todo trabalho do Onçafari, todo conhecimento adquirido, no fundo, reverbere a longo prazo. No fundo, essa biodiversidade toda é que faz com que tenhamos clima, água e comida de qualidade, está tudo interligado”.

Explica: “Se as atividades do Onçafari pararem hoje, é a educação que vai garantir que nós sigamos ainda no imaginário, no consciente das pessoas para que elas continuem agindo. A educação tem esse poder”.