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Nós acreditamos no poder do ecoturismo como ferramenta para a conservação ambiental. Por isso, investimos boa parte de nossa energia no Onçafari Ecotourism. A frente de atuação trabalha para habituar animais, como a onça-pintada e o lobo-guará, à presença de veículos e seres humanos. À medida que os animais se acostumam com a presença dos carros/barcos de safári, deixam de encará-los como uma ameaça e ficam mais à vontade, o que facilita o desenvolvimento do ecoturismo na região.

Os encontros com animais selvagens promovem o aprendizado sobre as espécies, conscientizando os visitantes da importância desses predadores na natureza e envolvendo-os em seu processo de conservação. 

Avistamento de onças-pintadas (Fonte: Edu Fragoso/Onçafari)

 

Mas, para que o hóspede tenha a melhor experiência possível, nós precisamos manter um estudo frequente dos hábitos e comportamentos animais. Entender as datas e horários mais propícios, os indivíduos que estão mais ou menos habituados, os locais com maior número de avistamos e etc. Dessa forma, conseguimos unir ciência e ecoturismo com mais efetividade, aumentando o número de animais observados.

 

Comparação de avistamentos 2019 x anos anteriores

Na virada do ano, nós aproveitamos para fazer uma análise dos números alcançados com o ecoturismo em 2019. Os números abaixo são resultados do avistamento de onças-pintadas em nossa base localizada no Refúgio Ecológico Caiman – Pantanal. 

A habituação é um processo gradual, ou seja, com o passar do tempo as onças vão ficando cada vez mais habituadas. Logo, a tendência é que o número de avistamentos cresça no decorrer dos anos. Em 2019 por exemplo, contabilizamos 905 avistamentos de onça-pintada em nossa base do Pantanal.

Taxa de avistamento de onças-pintadas por ano. (Fonte: Onçafari)

Além disso, quanto mais nós aprendemos com o comportamento dos bichos, mais efetivas são as saídas para observação. Esse aumento na precisão também influencia o crescimento de avistamentos.

Taxa de avistamento de onças-pintadas por mês/2019. (Fonte: Onçafari)

Os períodos de seca, que geralmente vão de Abril até Outubro, costumam ser os melhores para fazer turismo dentro do Pantanal. Em 2019 não foi diferente, os meses de seca proporcionaram o maior número de avistamentos no Refúgio Ecológico Caiman. O mês de Agosto foi o melhor mês, com 163 avistamentos contabilizados.

Taxa de avistamento de onças-pintadas por parte dos hóspedes. (Fonte: Onçafari)

 

Análise detalhada 

Em um segundo momento de estudos, partimos da análise macro para uma compreensão mais detalhada das variantes influenciáveis. Alguns fatores como horário, condição climática e até mesmo período lunar são analisados, nos permitindo entender a fundo a relação entre os animais e o ambiente no qual estão inseridos. 

Onça-pintada agindo naturalmente diante do veículo de safári. (Foto: Edu Fragoso/Onçafari)

Com essa análise mais detalhada, conseguimos perceber que pela manhã (08h00 – 9h59) e no fim da tarde (16h00 – 17h59) é possível avistar o maior número de felinos. As condições climáticas também impactam na taxa de animais observados. Ou seja, dias de céu aberto são mais propícios para o avistamento do que dias chuvosos. E, para finalizar, em períodos de lua cheia, a observação de onças-pintadas também ficou mais fácil no ano de 2019.

 

Para 2020, esperamos otimizar ainda mais o processo de observação dos animais pantaneiros, em especial da onça-pintada. O crescimento de avistamentos em 2019 foi um resultado excelente, que nós queremos aumentar ainda mais para fortalecer nossos esforços de conservação.