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A arte de se rastrear é relativamente inexplorada aqui no Pantanal. Não é uma questão de aptidão mas sim de necessidade. E ela não existiu por aqui. Tradicionalmente, matilhas de cães farejadores eram usadas para seguir as onças e acua-las em cima de árvores. Já na Amazônia, ao norte daqui, as coisas eram diferente. Lá índios tinham essa prática de rastrear. Era necessário para se ter comida na mesa.

A subtle language communicated in the soil

A linguagem da terra.

Ao mandar dois “trackers” (rastreadores em Ingles) ao refúgio Ecológico Caiman a Tracker Academy da África do Sul esta facilitando esse aprendizado aqui no Pantanal. Todos os dias Andrea e Richard saem ao campo acompanhados de Nego e Diogo. Todas as decisões tomadas são explicadas aos dois “estudantes”. Tanto Adrea como Richard foram treinados por muito tempo na África antes de se tornarem excelentes trackers e ambos são ótimos instrutores. Nego e Diogo já fazem parte do Projeto Onçafari a um bom tempo e foi confiado a eles a tarefa de serem os próximos rastreadores do Projeto uma vez que os africanos voltarem pra casa.

Andrea, Richard, Diogo and Nego gather around to discuss the freshness of a jaguar track.

Andrea, Richard, Diogo e Nego discutindo o quão fresca era essa pegada de onça pintada.

Não se aprende essa técnica de um dia para o outro. Não se pode aprender sentado numa escrivaninha e nem numa sala com ar condicionado. Os ensinamentos são passados no campo, de baixo de muito sol e em meio a natureza. Durante as últimas 4 semanas eles passaram bastante tempo caminhando juntos em áreas onde se tem grande potencial de se encontrar onças pintadas. Enquanto caminham, falam de várias coisas relacionadas a vida selvagem. Eles caminham de olhos bem abertos e com todos os sentidos bem aguçados. Eles aprendem a “ler” todos os sinais vindos das matas. Todos os sinais que leval ao tesouro, as onças pintadas!

This female, believed to be around 13-14 years old, is one of the older females currently being observed by the jaguar habituation project.

Essa fêmea é uma das mais velhas acompanhadas pelo Projeto.

Andrea e Richard estão achando bem mais complicado rastrear aqui no Pantanal do que na África. Um dos principais motivos é a vegetação… É muito difícil conseguir caminhar em silêncio por aqui. As onças os escutam chegando e saem do local antes que possam vê-las. Por isso estão tendo que ajustar o modo de como caminham para conseguirem caminhar o mais quieto possível. É muito bom ver a dedicação com a qual os dois trackers ensinam a dupla local, ao mesmo tempo que tem que se adaptar a esse novo ambiente.

Já podemos perceber os benefícios de se ter os dois trackers aqui. Diogo e Nego já estão mais confiantes nessa arte e a cada dia seguindo mais pegadas. Já estão até conseguindo prever os próximos passos das onças. Andrea e Richard tbm aprendem coisas novas dia a dia e sem dúvida voltarão pra casa com ainda mais experiência.

The flowering Yellow Ipe trees provide a glorious backdrop to a morning walk in the Pantanal.

Ipês florindo no Pantanal… Bela paisagem para uma caminhada matinal.

Escrito, fotografado e filmado por Adam Bannister

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