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Anta, cervo-do-pantanal, onça-pintada, capivara e tamanduá-bandeira, os Big 5 do Pantanal – Foto da onça-pintada: Edu Fragoso. Demais fotos: Fábio Paschoal

*Por Fábio Paschoal

Leopardo, elefante, rinoceronte, leão e búfalo. Eles eram considerados os animais mais difíceis de serem caçados na África e, por isso, eram chamados de Big 5 (podemos falar deles num outro post). Hoje, as operadoras de turismo se apropriaram do termo e esses animais se transformaram nas estrelas dos safáris fotográficos mais desejadas por turistas que visitam o continente africano.

No Pantanal o termo também é utilizado, mas ainda não há um consenso sobre quais seriam os cinco grandes da maior planície alagável do mundo. De qualquer maneira, nós do Onçafari elegemos os nossos Big 5 do Pantanal

Onça-pintada (Panthera onca). Segundo a Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, elaborada pelo ICMBio, a espécie ocorria em todos os biomas brasileiros, mas hoje está extinta nos Pampas, é classificada como criticamente em perigo na Caatinga e na Mata Atlântica, em perigo no Cerrado e vulnerável no Pantanal e na Amazônia – Foto: Edu Fragoso

1. Onça-pintada

A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro do mundo (atrás do tigre e do leão). Possui um papel importante no ecossistema porque seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem abatidas (em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais velhos) fazendo o controle populacional, o que resulta em benefício para a própria população de presas. Porém, fazendeiros abatem esses predadores para proteger seus rebanhos. O desmatamento e a fragmentação do habitat são outras ameaças enfrentadas pela espécie que era encontrada dos Estados Unidos até a Argentina, mas perdeu mais de 50% de sua distribuição original.

Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). Categoria vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, elaborada pelo ICMBio – Foto: Fábio Paschoal

2. Tamanduá-bandeira

O tamanduá-bandeira é o maior de todos os tamanduás. Sua grande cauda, semelhante à uma bandeira, é responsável pelo seu nome. Quando sente uma ameaça o bandeira muda completamente de postura: apoia-se nas patas traseiras, abre os braços, mostra as garras afiadas e espera pacientemente. Se o predador investir, recebe um abraço mortal. Dessa forma pode matar até uma onça-pintada. A destruição do habitat para a agricultura, as queimadas em regiões de plantação de cana e os atropelamentos nas estradas são as maiores ameaças que a espécie precisa enfrentar.

Cervo-de-pantanal (Blastocerus dichotomus). Categoria vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, elaborada pelo ICMBio – Foto: Fábio Paschoal

3. Cervo-do-pantanal

Maior espécie de cervídeo da América do Sul, o cervo-do-pantanal vive em áreas alagadas com até meio metro de profundidade. Possui um casco característico com membranas interdigitais que é muito útil para distribuir o peso do animal sobre o solo lamacento e ainda ajuda na natação. Construções de hidrelétricas, drenagens das várzeas para uso na agropecuária, a possibilidade de introdução de patógenos via ungulados domésticos e a caça ilegal são as principais ameaças.

Anta (Tapirus terrestris). Categoria vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, elaborada pelo ICMBio – Foto: Fábio Paschoal

4. Anta

A anta-sul-americana é o maior mamífero terrestre da América do Sul. É considerada uma jardineira das florestas por ser uma excelente dispersora de sementes que contribui para a formação e manutenção da biodiversidade dos biomas brasileiros onde vive (Amazônia, Pantanal , Cerrado e Mata Atlântica). A caça ilegal, o desmatamento, a fragmentação do habitat, a competição com animais domésticos e os atropelamentos em rodovias fazem com que a população da espécie continue diminuindo.

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris). É um mamífero muito comum no Pantanal e não se encontra em perigo de extinção.

5. Capivara

O maior roedor do mundo é muito comum no Pantanal. As capivaras vivem em grupos liderados por um macho dominante – que esfrega sua glândula (localizada entre o nariz e os olhos) na vegetação para deixar claro que aquele território é propriedade dele. Fêmeas com filhotes e machos subordinados que ficam na periferia completam o bando. Alimentam-se de grama, plantas aquáticas e são encontradas sempre próximas da água. Possuem membranas interdigitais que ajudam na natação e quando sentem uma ameaça emitem um grito de alarme, mergulham na água e nadam até despistar o seu predador.

*Fabio Paschoal é biólogo, jornalista e guia de ecoturismo. Foi editor e repórter de National Geographic Brasil por 5 anos e hoje é produtor de conteúdo do Onçafari e da GreenBond

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