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Vocês lembram do caso da onça-pintada encontrada em Juiz de Fora, que tomou a imprensa e chamou a atenção da população no mês de maio? Após toda a polêmica, o que foi possível descobrir com a captura da onça? 

Na época, cerca de 60 profissionais contribuíram nos esforços de resgate e cuidados do animal, que passou por um processo de readaptação na natureza. Ele foi inserido em uma área verde extensa, cujo nome e localização exata são mantidos em sigilo, de modo a evitar a atenção de caçadores e/ou agentes que representem riscos à espécie. 

Para certificar-se de que a onça-pintada seria reintegrada da melhor forma, diversas instituições públicas, entre elas: Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), Corpo de Bombeiros, Instituto Estadual de Florestas (IEF/Cetas), Polícia Militar de Meio Ambiente, Prefeitura de Juiz de Fora e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Todas se juntaram para um trabalho de monitoramento do felino, que ocorre através de um rádio colar (ferramenta também utilizada por nós do Onçafari!).  

SOBRE O RÁDIO COLAR

O objeto, que se assemelha a uma coleira, é colocado no pescoço do animal e, equipado com GPS, VHF e transmissão via satélite, possibilita aos profissionais um conhecimento mais profundo e fiel dos seus hábitos, territórios percorridos e comportamentos. 

É importante frisar que ele não impacta no comportamento natural dos felinos e são pré-programados para cair automaticamente após algum tempo. No caso da onça de Juiz de Fora, ele foi programado para abrir após cerca de 1 ano.

DESCOBERTAS DO MONITORAMENTO 

Logo de início, os veterinários puderam observar que a onça é do sexo masculino, tem 4 anos, 1,81 metros (do focinho até a ponta da cauda) e pesa 51,6 quilos.

Além do mais, com base nos dados coletados pela UFJF com a ajuda do colar, a onça percorreu cerca de 10 quilômetros na primeira semana, partindo do local de soltura e voltando a pontos intermediários. Segundo o professor Artur Andriolo, “Ele estava verificando o local, conhecendo o novo território, seus odores, até escolher onde se estabelecer”. 

A IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO

O processo de monitoramento da onça-pintada, após sua reinserção na natureza, é de suma importância para avaliar o comportamento e estado de saúde do animal. Mais do que isso, também pode aumentar o conhecimento científico sobre a espécie, potencializando os esforços de preservação desses felinos. 

Pensando em um contexto mais macro, novas tecnologias como rádio colar, armadilha fotográfica, visual e rastros, estão sendo cada vez mais exploradas por estudiosos e adotadas também por nossas frentes de Ciência e Ecoturismo, em uma busca por descobertas que nos auxiliem, assim como outros projetos de conservação na proteção da biodiversidade, levando informação ao público leigo e transformando seus olhares sobre a nossa fauna.