As florestas são estruturas complexas de árvores interligadas, formadas por grandes árvores que criam uma cobertura natural, como um teto verde, onde vivem inúmeras espécies e onde se regula o clima e a produção de água. De acordo com o relatório Florestas do Brasil (2019), o Brasil cobre cerca de 488 milhões de hectares de florestas, o que representa aproximadamente 59% do território nacional, valor superior à média global de 32%. Isso faz do país um dos principais guardiões das florestas no mundo, com destaque para a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, além da Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Pampa.
Mas, mais do que um conjunto de árvores, as florestas são ecossistemas vivos que dependem da interação entre fauna, flora, solo e clima para se manterem saudáveis, ou seja, elas funcionam como verdadeiros organismos vivos, em que cada elemento depende do outro para manter o equilíbrio. Muitas espécies, por exemplo, exercem funções ecológicas, como o controle de pragas e a dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração natural da vegetação e manutenção da diversidade biológica. Onçafari vem ampliando suas ações de proteção ambiental, investido na conservação integrada dos ambientes florestais, porque conservar a fauna é conservar a floresta, e vice-versa.
Fotos: Gustavo Pedro, Leonardo Sartorello e João Pedro Salgado
Apesar da imensa cobertura florestal, o Brasil enfrenta perdas significativas: entre 1985 e 2022, cerca de 15% das florestas naturais foram reduzidas, com um declínio recente estimado em quase 10 milhões de hectares ao longo dos últimos cinco anos, segundo o MapBiomas. O desmatamento acelerado e os incêndios florestais ameaçam a resiliência desses ecossistemas e exigem ações urgentes.
O dia 17 de julho é reconhecido como o Dia Nacional de Proteção às Florestas, também destinado à celebração do Dia do Protetor das Florestas, o Curupira, personagem do folclore brasileiro. Ele é conhecido como o guardião das florestas, matas e animais; e simboliza a vigilância contra a caça, a exploração ilegal e o desmatamento. A lenda do Curupira é transmitida há anos, mantendo o tema bem atual, formando profissionais voltados à conservação e instituições que compartilham da mesma visão, como ONGs, comunidades tradicionais, pesquisadores, agentes ambientais e todos que se empenham em conservar o meio ambiente.
Entre essas iniciativas está o trabalho do Onçafari, que atua em quatro biomas brasileiros e trabalha com oito frentes: Ecoturismo, Ciência, Educação, Reintrodução, Social, Florestas, Anti-Incêndio e Advocacy. Por meio da frente de Florestas, atuamos na proteção de grandes áreas naturais por meio da aquisição de terras para a conservação, que funcionam também como peças-chave na formação de grandes corredores ecológicos que conectam áreas protegidas e fragmentos florestais. O Onçafari já conta com 7 reservas próprias entre o Pantanal e a Amazônia, somando 115 mil hectares próprios e 430 mil hectares de corredor ecológico com a aliança 5P. A formação desses corredores é uma das estratégias mais eficazes para garantir que animais de grande e pequeno porte consigam se deslocar livremente por regiões protegidas, mantendo a variabilidade genética e a saúde dos ecossistemas.
Além disso, o Onçafari mantém um trabalho de prevenção e resposta aos incêndios florestais, especialmente no Pantanal e Amazônia, onde atuamos com vigilância, planejamento, manejo integrado e combate direto ao fogo e treinamento de brigadas locais. Desde a sua criação, em 2024, a frente Anti-Incêndio já formou mais de 45 brigadistas entre o Pantanal e a Amazônia Legal, como também adquiriu e distribuiu mais de 98 equipamentos para o combate ao fogo, como bombas costais, abafadores e sopradores. Já no campo da influência política, a frente de Advocacy contribui com a formulação e o aprimoramento de políticas públicas voltadas à proteção da biodiversidade e das florestas. A combinação entre ações práticas e incidência institucional tem fortalecido o papel da ONG como aliada da ciência na luta pela preservação das florestas brasileiras.
Foto: Gustavo Pedro
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Escrito por: Maria Julia Farias
Foto de capa: Gustavo Pedro