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Excelente oportunidade para conscientizar as pessoas sobre conservação da natureza

Direto ao ponto: nós, do Onçafari, celebramos todos os dias o “Dia Internacional da Onça-pintada”, comemorado hoje, 29 de novembro. A onça-pintada é uma das protagonistas das ações de conservação que realizamos. Nós a estudamos profundamente, a aproximamos dos apaixonados pela natureza, visando despertar o interesse pela sua preservação, e a reintroduzimos no habitat natural.

Não é então válido haver o “Dia Internacional da Onça-pintada”?
Claro que é. Quem explica é Mario Haberfeld, fundador e CEO do Onçafari: “Ter um dia para a espécie é um grande passo para conscientizar as pessoas da sua realidade, dos riscos a que está exposta”. Mario diz mais: “Observamos que várias ações de conservação, de toda natureza, são realizadas, não apenas no Brasil, mas em outros países também”.

Para o CEO do Onçafari, o tema “conservação” evoluiu muito nos últimos anos, a sociedade está cada vez mais preocupada com as emissões de carbono na atmosfera. O tema está na vitrine, na cabeça das pessoas. “Muita gente compreendeu que ou o mundo faz alguma coisa ou será ainda pior daqui para a frente. Veja São Paulo, por exemplo, enfrentando agora minifuracões[a][b].”
E a preservação de espécies como a onça-pintada, da natureza como um todo, faz parte dessa necessidade de manter o planeta o mais próximo possível de como era antes das revoluções que estão mudando suas características mais básicas.

“Nesses 12 anos de atividades do Onçafari percebemos que a população está mais consciente da obrigação de cada cidadão se envolver com a conservação”. Ao celebrar o Dia Internacional da Onça-pintada as pessoas ficam ainda mais ligadas com o que está sendo feito para garantir a sobrevivência da “rainha das matas”, o maior felino das Américas.
Mario complementa: “A data põe pressão em todo mundo para agir, como entidades governamentais, a exemplo do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente (MMA)”.

A história da adoção da data começou quando o MMA instituiu em outubro de 2018 o “Dia Nacional da Onça-pintada” para, em novembro daquele mesmo ano, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP-14, realizada no Egito, transformar o 29 de novembro em “Dia Internacional da Onça-pintada”. O objetivo é unir esforços para conscientizar a população da importância ecológica, econômica e cultural da espécie.

Esse dado, por si só, já dá uma dimensão da importância desse felino único, símbolo da conservação da biodiversidade brasileira: a própria ONU o vê como uma espécie especial, ameaçada de extinção, e que todos os esforços devem ser feitos para preservar os estimados 120 mil espécimes existentes, espalhados do México a Argentina.
Metade dessa população vive em cinco dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. O único bioma em que já foi extinta é o Pampa.

 

Reconhecimento internacional

O Onçafari já monitorou mais de 300 onças em suas 13 bases espalhadas pelo país, segue aprendendo com o felino, e reintroduziu animais treinados por dois anos em cativeiro que já geraram filhos e netos no seu habitat natural, num grande esforço de seu grupo de biólogos, veterinários e técnicos, com a necessidade de elevados investimentos. O Onçafari foi a primeira instituição a obter sucesso com a complexa reintrodução de onças-pintadas na natureza.

Mario comenta: “Nossa felicidade cresceu ainda mais quando descobrimos que, ao contrário da crença popular, conseguimos habituar as onças à presença dos veículos com turistas para nossas ações de ecoturismo. Esse é um trabalho pioneiro e de tanto sucesso que projetos de nações como Argentina, México e Belize desejam adotar”.

Há seis anos a BBC produziu um filme documentário sobre o extenso e minucioso trabalho do Onçafari de treinar duas onças-pintadas fêmeas, encontradas bebês, sem a mãe, até o ponto de serem reintroduzidas na natureza, quase dois anos mais tarde. A narrativa do filme acaba aí, com a abertura das portas do recinto onde estavam, no Pantanal.
“Nós entramos em contato com a BBC para dizer que o processo dessas onças, a Isa e a Fera, foi um sucesso, por elas já terem c[c][d]opulado com machos selvagens e gerado filhos e netos”, conta Mario.

Em parceria com a ISA CTEEO o Onçafari terminou agora o que seria a segunda parte do filme. “Vamos mostrar a Isa e a Fera na natureza, depois da soltura, e o fato de agora já serem avós. Temos belas imagens de seus filhos e netos.”

O roteiro do “Diário de uma Onça” é algo bastante particular. Inova ao contar a jornada verídica de três onças-pintadas do Pantanal, na perspectiva de Leventina, a mais jovem entre elas, na voz de Allanis Guillen, que interpretou Juma, na novela “Pantanal”. O filme relata uma possível relação harmoniosa entre onça e homem.

Esse novo trabalho não se destina somente aos aficionados pela natureza, mas a todos, adultos e crianças, por ser, como mencionei, uma linda história de superação, verdadeira, narrada por outra onça, envolvida diretamente no ocorrido. Queremos atingir e sensibilizar, como no primeiro, um número elevado de pessoas para a causa da conservação”, afirma Mario, aproveitando o ensejo do “Dia Internacional da Onça-pintada”.